DICAS DE CONJUGALIDADE E FAMÍLIA
Valéria Giglio ferreira - Psicóloga
Obra registrada
na Biblioteca Nacional – Secretaria de Direitos Autorais.
Dentro da nova
concepção de conjugalidade, a presença do amor e da satisfação a dois se coloca
cada vez mais como uma necessidade para a consolidação e manutenção das uniões conjugais.
Hoje sabemos que é preciso "saber amar". O advento da intimidade
verdadeira parece ser algo bastante novo na história dos casais.
Muitos casais se amam e se separam. Por quê? Porque talvez tenha faltado saberem manejar o
potencial do amor. O amor é um potencial e é preciso saber o que fazer com ele.
Daí a crescente consciência de que precisamos "aprender a amar". Amar
de uma forma madura que promova casais que funcionem melhor, mais preparados
para construírem neste novo milênio um mundo mais amoroso.
Neste sentido, aqui
estão algumas orientações e reflexões apontados por vários especialistas e
também advindos da minha prática clínica, que espero, possam ajudá-lo/a na sua
jornada pessoal, conjugal e familiar pelos caminhos do amor.
1 * Os modelos conjugais e familiares mudaram. Hoje os novos
modelos exigem novas habilidades, novos instrumentos.
2 * A saúde conjugal requer um investimento diário na relação a
dois.
3 * A primeira paixão a ser despertada é por si mesmo/a.
Cuide de sua autoestima.
4 * Atenção às escolhas do tipo
"mais-do-mesmo" que já não deu certo antes. Ao
escolher igual, o resultado tende a ser igual.
5 * Evite rotular! O rótulo é uma prisão: ao entrar nele
é difícil sair dele.
6 * O relacionamento conjugal precisa ser cuidado e isto
implica em cuidar primeiro do seu “casamento interior", ou seja, da
comunhão da sua razão com a sua emoção. O seu "casamento externo"
será um espelho do "casamento interno" entre a sua razão e a sua
emoção.
7 * No casamento um modela o
outro, portanto, atenção com o que você está modelando no seu parceiro/a
porque é provavelmente nisto de bom ou de ruim que ele/ela irá se
transformar: no príncipe ou no sapo, na bruxa ou na princesa.
8 *
Não é recomendável reforçar na/o parceira/o aquilo no qual você não quer
que ele/ela se transforme. Lembre-se: "Tudo aquilo que é focalizado
expande", logo, evite expandir as dificuldades dele/a com críticas constantes:
se há algo nele/a que você não gosta, aponte esta característica
especificamente. Sem reduzi-lo/a a isto, pois, ele/a é muito mais do que
aquilo e provavelmente nesse muito mais há muitas qualidades que você admira e
que podem ser expandidas com os seus elogios.
9 * É muito importante reforçar as qualidades do/a parceiro/a
e também dos filhos/as. Assim que ele/a mostrar aquela qualidade, elogie.
10 * Mostrar ao parceiro/a o que e do que você gosta.
Principalmente na área sexual, isto é muito importante.
11 * Numa discussão, focalize e
procure resolver somente o motivo da briga.
12 * Não abra de uma só vez o baú das queixas, caso você as tenha acumulado,
pois, a tendência é que ao misturar várias queixas, nenhuma seja ouvida ou
resolvida. Procure resolver uma queixa de cada vez.
13 * Evite brigas intermináveis que
entram madrugada adentro, pois, isto desgasta profundamente o relacionamento
a dois. Se o assunto não terminar em uma ou duas horas de conversa se deem um
descanso agendando um novo horário para buscarem a solução para o problema numa
nova conversa, um pouco depois.
14 *
Ao conversarem sobre assuntos que mexem demais com vocês, para impedir que um
dos dois monopolize a conversa ou que vocês não se escutem, combinem que cada
um fala dois ou três minutos, enquanto o outro o escuta sem interrupções;
depois é o outro quem fala, também sem ser interrompido. Neste procedimento ambos
respeitam a vez do outro falar e não o/a interrompe até que o tempo
esteja esgotado. Assim, cada um pode falar e pode ouvir. Garantam que o
procedimento seja respeitado para que possam com essa conversa chegar ao
entendimento e/ou negociação.
15 * O jogo conjugal é semelhante ao jogo de pingue-pongue:
cada um joga a bolinha na sua vez. Não queira jogar todas as bolinhas e não
queira que ele/a jogue todas as bolinhas. É preciso saber jogar a dois.
16 * O diálogo e a negociação são a circulação sanguínea das parcerias.
17 * É fundamental manter o aquecimento da relação.
Lembrem-se do exemplo do “alimento quentinho para comer e do alimento que foi
para o freezer. O que foi para o freezer levará mais tempo e esforço para ser
descongelado até poder ser comido do que o que está quentinho". Da mesma
forma a vida conjugal, é importante procurar mantê-la sempre aquecida (com um
beijo, com um olhar nos olhos dele/a, com um gesto acolhedor, com uma frase de
compreensão, etc.) se esfria, fica mais difícil aquecê-la depois. Para ter amor
é preciso manterá relação quentinha.
18 * Se necessário busque ajuda especializada de médicos/as e
psicólogos/as.
19 * Não acumular ressentimentos: "cada
ressentimento guardado funciona como um tijolinho que vai formando uma parede
que pode afastar-se e separar o casal".
20 * Quando a raiva aparece ela precisa sair adequadamente,
do contrário, cria-se um arsenal de pólvora dentro da pessoa e isso faz mal,
intoxica a própria pessoa e a relação.
21 * Deixar claro que não há ninguém o/a prendendo ao seu lado,
apesar do seu desejo de que ele/a fique do seu lado.
22 * Conscientizar-se de que ele/a
não é seu pai/ sua mãe, naquilo de bom/ruim que sua mãe/pai fizeram/
fazem para você. Não confundir a figura do seu pai com a do seu marido nem a da
sua mãe com a da sua esposa.
23 * Outro lembrete: a
namoradinha do papai é a mamãe, não a filhinha; o namoradinho da mamãe é o
papai, não o filhinho. Não usar os filhos/as como os substitutos dos afetos do
marido ou esposa. Esta não é a função dos filhos/as.
24 * Intimidade é algo muito sério e delicado que coloca
a alma dos seres humanos a descoberto, portanto, seja
delicado/a ao entrar na intimidade de outra pessoa.
25 * Jamais use coisas que você
descobriu na intimidade com seu parceiro/a contra ele/a, mesmo num
momento de muita raiva. Se você fizer isto, com o tempo, dificilmente ele/a irá
se sentir seguro/a para se expor diante de você.
26 *
Lembrar-se de que ter intimidade não é invadir o outro, jogar seu lixo
pessoal na outra pessoa, desrespeitar o limite de cada um. Intimidade exige
respeito à outra pessoa e ao relacionamento, do contrário, as pessoas ficam se
sentindo ameaçadas e empunham suas armas; ficando
defendidas não se entregam, não amam.
27 * Seja claro a respeito dos seus limites, mas, apenas
coloque o limite onde realmente ele existir, pois, "até os limites têm que
ter limites".
28 * É preciso ser flexível, quem é flexível está vivo/a.
29 * Sejam educados/as um com o outro: "Bom
Dia", "Por Favor", "Muito Obrigado/a", etc. Intimidade
exige educação, delicadeza, gentileza.
30 * Bom humor é fundamental na vida, especialmente na
vida a dois.
31 * Jamais ataque o "eu" dele/a, dizendo:
"Você é isto, um/uma aquilo...", pois, automaticamente ele/a se
fechará para você e/ou partirá para o contra-ataque.
Ao criticá-lo/a, não diga;
"Você é um isto assim, assim...", diga: -
"O que você fez é isto assim, assim...".
Esta é uma forma de comunicar o seu desagrado com o que aconteceu sem
ofendê-lo/a, e, portanto, sem afastá-lo/a. A pessoa se sentirá mais a vontade
para ouvir o que você tem a dizer porque saberá que você não irá desferir suas
flechas contra o "eu" dele/a, mas contra o que ele/a fez, portanto,
algo que pode ser corrigido.
32 * O perdão é uma varinha mágica e às vezes insubstituível.
Saiba usá-lo!
33 * Estudos mostram que os casais que tem alguma
religião a qual adotam de forma mais contínua tendem a ter mais harmonia em
suas vidas pessoais, conjugais e familiares.
34 * Lembrem-se de que "só
Deus conhece o futuro de cada ser humano, de cada casal, de cada família, e assim,
é essencial saber ouvi-lo como uma bússola que nos guia pelos caminhos da
vida".
Valéria Giglio Ferreira - Psicóloga CRP 06/39080-4
Individual,
de Casal e Familiar.
Curso de orientação para casais e famílias.
Ribeirão Preto - SP
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