Por Valéria Giglio Ferreira - Psicóloga
Esta é a nova ditadura: A DITADURA DO TUDO PODE! Quem pensar diferente será discriminado!
O slogan " É PROIBIDO PROIBIR" deu nisso?
- Claro, todo excesso tem seu preço.
Protestar, não concordar, reivindicar, acho justo e tudo bem, mas, o que aconteceu na invasão da USP mostra claramente que esta é uma GERAÇÃO QUE NÃO CONHECE LIMITES.
Acham que podem tudo: se em casa pai e mãe não lhes ensinam nada sobre isto irão buscar a fronteira entre o que pode e o que não pode nas autoridades constituidas.
A verdade é que, em parte...em grande parte, a responsabilidade por esta situação - sem que nem sempre tenhamos consciência disto - é nossa, de pais e mães.
A responsabilidade é nossa, pois, enquanto reprodutores das regras necessárias à existência de vida civilizada talvez estejamos falhando na tarefa de tirarmos nossos filhos/as da fantasia infantil de que tudo podem...
Falhamos em tirá-los da onipotência infantil de que tudo-pode, fator essencial para a sua entrada na vida adulta, com seus ônus e seus bônus.
O problema se acentua quando pai e mãe também ainda estão dentro dessa mesma ilusão onipotente de tudo poderem, e então, não sabem como lidar com isto porque também não aprenderam muito sobre existênica e colocação de fronteiras.
Não sabem exatamente onde colocar seus próprios limites e tampouco o que ensinar às suas crias sobre esta parte da lição.
E assim, no extremo desta situação, quando surge o "teste de realidade" e as regras da vida se impõem, este costuma vir acompanhado, inevitavelmente, do confronto com a Lei.
Influenciados pelas psicologização das relações familiares, pelas novas pedagogias dos anos 60 e pós 60, pelos movimentos da contra-cultura, por todas as revoluções de costumes surgidos desde então, muitos pais e mães acreditaram que dar liberdade aos filhos/as para que possam crescer e se desenvolver seja permitir tudo. Isto é um grave equívoco.
O que esta liberdade sem freios e desacompanhada da responsabilidade está provocando é tão somente uma geração de crianças, adolescentes e adultos perdidos e ansiosos.
Já se fala eme quem fale em uma epidemia mundial de ansiedade.
Mutas crias dessas gerações papo-cabeça estão tomadas por uma espantosa sensação generalizada de insegurança e medo, a qual as drogas tem se mostrado acessíveis para aplacar, com sua oferta de pseudo-felicidade, pseudo-paz, pseudo-segurança. Aí está o ponto para esse tipo de comércio que se aproveita do desatino social para ganhar seu lucro de cada dia, em cima de cada família disfuncional.
O uso quase que generalizado de drogas no mundo de hoje é também sintoma disto: da falta de limites e do oferecimento do contorno que filhos e filhas necessitam para se sentirem tranquilos.
As drogas se oferecem como o colinho aconchegante que, muitas vezes, ficou longe de ser experimentado pelas crianças de hoje, e então, a tentação de obter o que faltou através dessa armadilha disfarçada de aconchego, é muito grande.
Penso que não adianta combater as drogas sem combater o que está embaixo delas, dentro das dinâmicas familiares que a elas se expõem como fonte de aplacamento do sofrimento doméstico e existencial não-elaborado.
- Filhos/as que não tem limites não se sentem amados/as!
- Por que?
Porque crianças e adolescentes sabem precisam de limites para não se machucarem e nem machucarem os outros, mas, se ninguém se oferece para ensiná-los sobre isto concluem que ninguém se importa com o fato de se ferirem ou se prejudicarem, e portanto, que ninguém os/as ama.
Se ninguém os ama, então, começam a baderna para se certificarem de que já que ninguém manda e ninguém se importa verdadeiramente com eles, então, eles mesmos tomarão as rédeas e farão isto do seu próprio jeito.
Foi o que ocorreu na invasão da USP, também conhecida por "a revolução dos mimados".
Espero, pelo bem de todos, inclusive desses próprios alunos-vândalos, que a partir de agora, todos nós tenhamos aprendido e sejamos capazes de fazer a "lição de casa".
Todos os Direitos Reservados*.
Este texto pode ser reproduzido desde que se faça referência à autora e à fonte.
Esta é a nova ditadura: A DITADURA DO TUDO PODE! Quem pensar diferente será discriminado!
O slogan " É PROIBIDO PROIBIR" deu nisso?
- Claro, todo excesso tem seu preço.
Protestar, não concordar, reivindicar, acho justo e tudo bem, mas, o que aconteceu na invasão da USP mostra claramente que esta é uma GERAÇÃO QUE NÃO CONHECE LIMITES.
Acham que podem tudo: se em casa pai e mãe não lhes ensinam nada sobre isto irão buscar a fronteira entre o que pode e o que não pode nas autoridades constituidas.
A verdade é que, em parte...em grande parte, a responsabilidade por esta situação - sem que nem sempre tenhamos consciência disto - é nossa, de pais e mães.
A responsabilidade é nossa, pois, enquanto reprodutores das regras necessárias à existência de vida civilizada talvez estejamos falhando na tarefa de tirarmos nossos filhos/as da fantasia infantil de que tudo podem...
Falhamos em tirá-los da onipotência infantil de que tudo-pode, fator essencial para a sua entrada na vida adulta, com seus ônus e seus bônus.
O problema se acentua quando pai e mãe também ainda estão dentro dessa mesma ilusão onipotente de tudo poderem, e então, não sabem como lidar com isto porque também não aprenderam muito sobre existênica e colocação de fronteiras.
Não sabem exatamente onde colocar seus próprios limites e tampouco o que ensinar às suas crias sobre esta parte da lição.
E assim, no extremo desta situação, quando surge o "teste de realidade" e as regras da vida se impõem, este costuma vir acompanhado, inevitavelmente, do confronto com a Lei.
Influenciados pelas psicologização das relações familiares, pelas novas pedagogias dos anos 60 e pós 60, pelos movimentos da contra-cultura, por todas as revoluções de costumes surgidos desde então, muitos pais e mães acreditaram que dar liberdade aos filhos/as para que possam crescer e se desenvolver seja permitir tudo. Isto é um grave equívoco.
O que esta liberdade sem freios e desacompanhada da responsabilidade está provocando é tão somente uma geração de crianças, adolescentes e adultos perdidos e ansiosos.
Já se fala eme quem fale em uma epidemia mundial de ansiedade.
Mutas crias dessas gerações papo-cabeça estão tomadas por uma espantosa sensação generalizada de insegurança e medo, a qual as drogas tem se mostrado acessíveis para aplacar, com sua oferta de pseudo-felicidade, pseudo-paz, pseudo-segurança. Aí está o ponto para esse tipo de comércio que se aproveita do desatino social para ganhar seu lucro de cada dia, em cima de cada família disfuncional.
O uso quase que generalizado de drogas no mundo de hoje é também sintoma disto: da falta de limites e do oferecimento do contorno que filhos e filhas necessitam para se sentirem tranquilos.
As drogas se oferecem como o colinho aconchegante que, muitas vezes, ficou longe de ser experimentado pelas crianças de hoje, e então, a tentação de obter o que faltou através dessa armadilha disfarçada de aconchego, é muito grande.
Penso que não adianta combater as drogas sem combater o que está embaixo delas, dentro das dinâmicas familiares que a elas se expõem como fonte de aplacamento do sofrimento doméstico e existencial não-elaborado.
- Filhos/as que não tem limites não se sentem amados/as!
- Por que?
Porque crianças e adolescentes sabem precisam de limites para não se machucarem e nem machucarem os outros, mas, se ninguém se oferece para ensiná-los sobre isto concluem que ninguém se importa com o fato de se ferirem ou se prejudicarem, e portanto, que ninguém os/as ama.
Se ninguém os ama, então, começam a baderna para se certificarem de que já que ninguém manda e ninguém se importa verdadeiramente com eles, então, eles mesmos tomarão as rédeas e farão isto do seu próprio jeito.
Foi o que ocorreu na invasão da USP, também conhecida por "a revolução dos mimados".
Espero, pelo bem de todos, inclusive desses próprios alunos-vândalos, que a partir de agora, todos nós tenhamos aprendido e sejamos capazes de fazer a "lição de casa".
Todos os Direitos Reservados*.
Este texto pode ser reproduzido desde que se faça referência à autora e à fonte.