As pessoas precisam começar a se acostumar com a idéia de se dedicarem e investirem no seu casamento.
A saúde conjugal requer um investimetno diário na relação a dois.
Se a relação esfria ou acumula conflitos, estes se transformam em distanciamento e enfraquecem o vínculo e a vontade dos cônjuges de estarem próximos um do outro.
Parceiros e parceiras precisam parar de achar que amar basta, que o seu grande amor e/ou sua grande paixão serão o bastante para fazer o casamento crescer e prosperar.
Sabemos que o amor é apenas o potencial, que precisa ser instrumentalizado e otimizado.
Marido e mulher precisam aprender a negociar conflitos e diferenças dentro da relação a dois, sem triangular com filhos/as, familiares, amantes, amigos/as, trabalho, jogos de futebol, igreja, bebidas alcoólicas,etc.
Os consortes precisam renunciar à idéia nefasta - muitas vezes , presente antes mesmo de se casarem - de que "se não der certo, é só separar".
Não é "só separar".
Casar, tanto quanto, separar traz inúmeras consequências pessoais e familiares: psicológicas, emocionais, patrimoniais, financeiras, etc., para todos/as os envolvidos direta ou indiretamente no sistema, especialmente, para os/as filhos/as e até mesmo para as gerações seguintes.
O recurso de separar-se e recasar-se é necessário e bem-vindo em muitas situações.
O que se discute aqui, não é "não-separar" e/ou "não-recasar", é como este recurso está sendo feito e usado.
Esta ideia nefasta e equivocada de que "é só separar" tira dos nubentes a consciência e a força necessárias à realização de tão grandioso projeto, afastando-os das soluções funcionais que impliquem em gasto de energia e determinação para atravessar os obstáculos naturais do processo de crescimento envolvidos na formação de casal e família.
Saber quando insistir com o casamento e quando desistir dele requer avaliação cuidadosa e amadurecimento das diversas e, muitas vezes, inconscientes questões presentes na escolha de um dos dois caminhos.
É preciso refletir até mesmo sobre a tentativa que alguns fazem de não fazer escolha alguma e "levar embolado" questão tão relevante.
Não escolher também é uma escolha e também tem consequências.
Toda escolha implica em uma renúncia, tem um ônus e um bônus.
O que não pode, é as pessoas negligenciarem o ônus, tanto de casar quanto de separar, casando e separando de modo irresponsável, fundamentando sua irresponsabilidade na ilusão de que separar é fácil e só traz vantagens, omitindo de si mesmas o alto preço envolvido nesta solução de conflitos conjugais e familiares, e depois, tendo que buscar entorpecentes e outras insanidades que dêem manutenção nesta sua ilusão.
Separar tem um preço alto, casar tem um preço alto.
Ambas as escolhas podem conter em si potenciais destrutivos e/ou criativos. Quanto mais adequada a solução e a escolha do caminho, mais o seu potencial se manifestará de maneira destrutiva ou construtiva.
A meu ver, de toda a grande confusão atual sobre os relacionamentos conjugais e familiares, a "separação fácil e ao alcance de todos" se coloca - como toda tentação que se preze - como solução simples para conflitos complexos.
Muitos/as, hoje em dia, alimentam a fantasiosa idéia de que "virar a página" será o bastante para se livrarem dos antigos problemas, e então, saem pelo mundo afora, formando instantaneamente novas parcerias.
Essas pessoas precisam se lembrar que para se construir a casa nova, a primeira medida é limpar o terreno, entretanto, elas insistem em construí-la sobre os escombros da velha casa derrubada e não percebem que esta atitude somente favorece o surgimento de novas rachaduras...
Casamentos e separações sequenciais virou uma triste epidemia que assola muitas familias atuais: muitas uniões fúteis e muitas separações fúteis. Muitas feridas relacionais abertas ou ainda buscando cicatrização neste e, talvez, nas próximas gerações.
Diante de uma separação, as pessoas precisam - necessariamente - se perguntar onde elas próprias colaboraram para aquele desfecho. Se não fazem isto, tendem a repetí-lo.
Ao se divorciarem, os "ex" precisam ainda, ter em mente que "o casal conjugal até pode se separar, mas, o casal parental, não". Ambos seguirão juntos como pai e mãe das crias que a relação gerou e ao se separarem, não podem abandonar e/ou rejeitar os frutos da relação amorosa que acabou. A relação de ambos segue no nível da parentalidade.
Ex- cônjuges precisam estar atentos para que não sobrem da ruptura do ex-vínculo, além das dolorosas feridas relacionais, inúmeros filhos e filhas desamparados/as, sofrendo de abandono doméstico e se sentindo trocados pela busca desenfreada - e em parte inconsciente - de sucesso e prazer pessoal que dominam tantos pais e mães contemporâneos.
Nesta sofrida condição, esses filhos/as tendem se tornar crianças e adultos ansiosos, descrentes do casamento, da família, das relações humanas e da vida; em geral, confiando mais nas drogas do que nas pessoas como fonte de amparo para as angústias e prazeres da existência.
Então, muitas vezes, tanto para filhos/as de casais casados como de casais separados, as drogas são mais disponíveis do que pai e mãe, que estão sempre ausentes cuidando das suas coisas. Neste contexto, as drogas ganham muito terreno, porque oferecem mais, do tão pouco que muitos/as jovens tem da atenção e da disponibilidade relacional de pai e mãe.
Mas, via de regra, estes processos não são, sequer, conscientes. As pessoas não "se perdem" por querer; simplesmente as coisas vão acontecendo aleatoriamente à sua percepção das consequências.
Muitas pessoas, embora sejam excelentes indivíduos, sujeitos que querem acertar, não tem - e muitos/as também, nem querem ter - consciência das duras e sérias consequências das separações conjugais, principalmente das separações por motivos fúteis.
É preciso quebrar esta ciranda de casamentos e separações inconsequentes.
É preciso recuperar o sentido profundo, e até, sagrado de formar casal e família.
© amar@gmail.com Todos os Direitos Reservados*.
Lei nº 9.610/98 - Lei de Direitos Autorais
A saúde conjugal requer um investimetno diário na relação a dois.
Se a relação esfria ou acumula conflitos, estes se transformam em distanciamento e enfraquecem o vínculo e a vontade dos cônjuges de estarem próximos um do outro.
Parceiros e parceiras precisam parar de achar que amar basta, que o seu grande amor e/ou sua grande paixão serão o bastante para fazer o casamento crescer e prosperar.
Sabemos que o amor é apenas o potencial, que precisa ser instrumentalizado e otimizado.
Marido e mulher precisam aprender a negociar conflitos e diferenças dentro da relação a dois, sem triangular com filhos/as, familiares, amantes, amigos/as, trabalho, jogos de futebol, igreja, bebidas alcoólicas,etc.
Os consortes precisam renunciar à idéia nefasta - muitas vezes , presente antes mesmo de se casarem - de que "se não der certo, é só separar".
Não é "só separar".
Casar, tanto quanto, separar traz inúmeras consequências pessoais e familiares: psicológicas, emocionais, patrimoniais, financeiras, etc., para todos/as os envolvidos direta ou indiretamente no sistema, especialmente, para os/as filhos/as e até mesmo para as gerações seguintes.
O recurso de separar-se e recasar-se é necessário e bem-vindo em muitas situações.
O que se discute aqui, não é "não-separar" e/ou "não-recasar", é como este recurso está sendo feito e usado.
Esta ideia nefasta e equivocada de que "é só separar" tira dos nubentes a consciência e a força necessárias à realização de tão grandioso projeto, afastando-os das soluções funcionais que impliquem em gasto de energia e determinação para atravessar os obstáculos naturais do processo de crescimento envolvidos na formação de casal e família.
Saber quando insistir com o casamento e quando desistir dele requer avaliação cuidadosa e amadurecimento das diversas e, muitas vezes, inconscientes questões presentes na escolha de um dos dois caminhos.
É preciso refletir até mesmo sobre a tentativa que alguns fazem de não fazer escolha alguma e "levar embolado" questão tão relevante.
Não escolher também é uma escolha e também tem consequências.
Toda escolha implica em uma renúncia, tem um ônus e um bônus.
O que não pode, é as pessoas negligenciarem o ônus, tanto de casar quanto de separar, casando e separando de modo irresponsável, fundamentando sua irresponsabilidade na ilusão de que separar é fácil e só traz vantagens, omitindo de si mesmas o alto preço envolvido nesta solução de conflitos conjugais e familiares, e depois, tendo que buscar entorpecentes e outras insanidades que dêem manutenção nesta sua ilusão.
Separar tem um preço alto, casar tem um preço alto.
Ambas as escolhas podem conter em si potenciais destrutivos e/ou criativos. Quanto mais adequada a solução e a escolha do caminho, mais o seu potencial se manifestará de maneira destrutiva ou construtiva.
A meu ver, de toda a grande confusão atual sobre os relacionamentos conjugais e familiares, a "separação fácil e ao alcance de todos" se coloca - como toda tentação que se preze - como solução simples para conflitos complexos.
Muitos/as, hoje em dia, alimentam a fantasiosa idéia de que "virar a página" será o bastante para se livrarem dos antigos problemas, e então, saem pelo mundo afora, formando instantaneamente novas parcerias.
Essas pessoas precisam se lembrar que para se construir a casa nova, a primeira medida é limpar o terreno, entretanto, elas insistem em construí-la sobre os escombros da velha casa derrubada e não percebem que esta atitude somente favorece o surgimento de novas rachaduras...
Casamentos e separações sequenciais virou uma triste epidemia que assola muitas familias atuais: muitas uniões fúteis e muitas separações fúteis. Muitas feridas relacionais abertas ou ainda buscando cicatrização neste e, talvez, nas próximas gerações.
Diante de uma separação, as pessoas precisam - necessariamente - se perguntar onde elas próprias colaboraram para aquele desfecho. Se não fazem isto, tendem a repetí-lo.
Ao se divorciarem, os "ex" precisam ainda, ter em mente que "o casal conjugal até pode se separar, mas, o casal parental, não". Ambos seguirão juntos como pai e mãe das crias que a relação gerou e ao se separarem, não podem abandonar e/ou rejeitar os frutos da relação amorosa que acabou. A relação de ambos segue no nível da parentalidade.
Ex- cônjuges precisam estar atentos para que não sobrem da ruptura do ex-vínculo, além das dolorosas feridas relacionais, inúmeros filhos e filhas desamparados/as, sofrendo de abandono doméstico e se sentindo trocados pela busca desenfreada - e em parte inconsciente - de sucesso e prazer pessoal que dominam tantos pais e mães contemporâneos.
Nesta sofrida condição, esses filhos/as tendem se tornar crianças e adultos ansiosos, descrentes do casamento, da família, das relações humanas e da vida; em geral, confiando mais nas drogas do que nas pessoas como fonte de amparo para as angústias e prazeres da existência.
Então, muitas vezes, tanto para filhos/as de casais casados como de casais separados, as drogas são mais disponíveis do que pai e mãe, que estão sempre ausentes cuidando das suas coisas. Neste contexto, as drogas ganham muito terreno, porque oferecem mais, do tão pouco que muitos/as jovens tem da atenção e da disponibilidade relacional de pai e mãe.
Mas, via de regra, estes processos não são, sequer, conscientes. As pessoas não "se perdem" por querer; simplesmente as coisas vão acontecendo aleatoriamente à sua percepção das consequências.
Muitas pessoas, embora sejam excelentes indivíduos, sujeitos que querem acertar, não tem - e muitos/as também, nem querem ter - consciência das duras e sérias consequências das separações conjugais, principalmente das separações por motivos fúteis.
É preciso quebrar esta ciranda de casamentos e separações inconsequentes.
É preciso recuperar o sentido profundo, e até, sagrado de formar casal e família.
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Lei nº 9.610/98 - Lei de Direitos Autorais
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Modo de citação sugerido:
Ferreira, Valéria Giglio - Blog AMAR - ESCOLA DE CASAL E FAMÍLIA