Celebre e agradeça a vida como grande bênção...

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Deus ilumine o Brasil e o mundo, em nome de Jesus Cristo! Amém!

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Parabéns, Srs. juizes...Continuem assim. Cuspam bastante na cara do povo...Ignorem bastante o sofrimento do povo saqueado e, depois, acertem as suas contas com o Universo: vocês e seus\suas comparsas em roubar a população. Mas, não se enganem: o Universo, a seu tempo, fará a justiça prevalecer...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

" MUNDO MODERNO: a ARTE de fazer ESCOLHAS que preservem o EQUILÍBRIO "

Valéria Giglio Ferreira

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PAI E MÃE: OS PRIMEIROS FICANTES DOS FILHOS/AS ATUAIS


Valéria Giglio Ferreira - psicóloga
        
          A psicologia vem pontuando que nos relacionamentos humanos adultos existe uma tendência em reproduzir - pelo menos num primeiro momento - os modelos relacionais aprendidos na infância:: quer seja o modelo de casamento de pai e mãe um com o outro, quer seja o da relação deles com a pessoa em questão.
          Considerando esta premissa como verdadeira, torna-se bem compreensível o atual surgimento da geração de "adolescentes e adultos ficantes".












          É que com as mudanças nas dinâmicas conjugais e familiares do patriarcado para o modelo contemporâneo e a consequentemente saída das mães para o mercado de trabalho - os pais já estando nele há algum tempo - restou saber com quem "ficariam" os filhos/as destas gerações. E esta é uma questão corriqueiramente feita para mães que trabalham fora: "- Ah! você trabalha! E...com quem  eles ficam??? "

             E isto costuma ser dramático para mães de crianças pequenas: com quem deixar suas criam após a licença maternidade??? Não quero dizer com isto que  a responsabilidade de resolver a questão seja somente da mãe. Me refiro aqui à pauta de com quem ficam os filhos da modernidade para que seus pais trabalhem. 

          E aí começam a surgir as respostas de com quem ficam as crianças do mundo de hoje : "Ah...ficam na escolinha, ficam com os avós, ficam com a babá, ficam com os tios, ficam com a vizinha, ficam com irmãos mais velhos, ficam com a fulana, ficam, ficam, ficam..."

         Se o casal se separou, a pergunta não difere: " Ah...e...com quem eles ficaram? Com o pai, com a mãe, com quem?"

        E as respostas, em geral, são: "...ficam um pouco com cada um, um pouco em cada casa, ficam prá lá e ficam prá cá..."

        E assim, as crianças "ficam" com todo mundo e com ninguém. Nascem aí as relações de "ficar": rápidas e, às vezes, muito efêmeras.

        Crianças frutos das relações deste prá lá e prá cá podem estar indo para a vida adulta achando que "ficar" seja o normal entre os humanos. Vão aprendendo sem perceber e aos poucos as relações entre seres ficantes. Crescem e reproduzem em sua vida adulta que aprenderam na infância: ficar em vez de estabelecer vínculos estáveis. Então exatamente como viveram sua infância, passam a ficar! Ficar com o/a paquera, ficar no lugar de namorar, ficar no lugar de casar, ficar sem ficar. Ficar como quem a qualquer momento pode partir...sem compromisso e sem culpa, afinal, é o que viveram desde pequeninas - ir ficando com quem desse para ficar com elas de acordo com o momento, com a oportunidade, com a situação e com a hora. 
 
        O curioso é que estas relações de ficar são, na verdade, relações de partir; e partir sem culpa, sem compromisso, frequentemente sem satisfação, sem vinculação, sem aprofundamento. Vasos de terra rasa com pouco espaço para o enraizamento da planta afetiva é o que se tornam muitas das relações entre ficantes. Sem cobranças e sem profundidade. Apenas com o prazer fugaz de ter tido o mínimo de atenção disponibilizado pelo outro: quase um quebra galho afetivo.

        E o que costuma mesmo ficar dessas relações é uma grande fome de amor e um grande vazio. Daí o enorme número atual de adeptos ao uso de drogas - tentativas de preenchimento deixado por um mundo afetivamente frustrante para toda uma geração de filhos\as que de certa forma são, ainda em tenra idade, ficantes de seus pais e mães; ou seja, que só os veem rapidamente e quando dá tempo.

      E o que fica deste modo apressado e ficante de viver a vida  é sobretudo a sensação de liquidez presente na maioria das relações interpessoais contemporâneas; de desrespeito pelo sentimento e pela tendência humana de se deixar afetar e envolver no encontro com o outro.

       E assim, entre um ficar prá lá e um ficar para cá esta geração vai aprendendo como estabelecer relações superficiais: sem compromisso e sem a perspectiva de continuidade. Relações sem renúncias, sem priorização, mas, também sem prazer e sem consistência.

       Mas, vincular-se e estar mais disponível para os filhos\as requer um trabalho pessoal de cada pai e de cada mãe e o preço de lidar com as dilemáticas relacionais, de fazer escolhas, renúncias, colocar-se vulnerável, de enfrentar o mundo familiar e doméstico - o qual muitos consideram perda de tempo e chatice.

    Entretanto, no "ficar doméstico" não se precisa lidar com o rame-rame das relações conjugais e familiares. Muitos pais e mães justificam que estariam mais presentes se pudessem, que se ausentam tanto porque precisam trabalhar. Sim, precisamos. Mas...não será também porque é mais fácil lidar com o trabalho do que com a rotina da casa? Serão mesmo necessárias tantas horas fora do lar???
         
       E não vai nisto nenhuma acusação aos pais e mães que - como eu - trabalham fora e estão sempre ocupados - mas, um alerta para pensarmos para onde estamos caminhando com nossas escolhas e quais os impactos delas sobre a vida relacional de nossas filhos\as; que modelo de relacionamento estaríamos - sem querer - ensinando-lhes através do nosso modo de nos relacionarmos com eles.

              Ao argumento de que trabalham para trazer o dinheiro para dentro de casa e comprar presentes, é preciso contrapor a realidade de que - os filhos\as sempre preferem e precisam mais - de pai e mãe presentes do que dos presentes de pai e mãe.   

        Então, a questão é que ao escolherem o trabalho, o dinheiro, o seu prazer pessoal e o seu sucesso, pais e mães atuais estão - sem quererem de fato e sem terem consciência das duras consequências disto - se tornando os primeiros "ficantes" dos filhos/as e, possivelmente, ensinando-os a formarem vínculos nesta modalidade.

Texto revisto:



A Psicologia diz que os relacionamentos humanos adultos costumam reproduzir os modelos relacionais aprendidos na infância: seja o modelo conjugal dos pais entre si, seja o modelo de relacionamento deles com a pessoa em questão.

          Considerando-se isto como verdadeiro, torna-se bem compreensível o surgimento da atual geração de "adolescentes e adultos ficantes".

          É que se muitos dos filhos/as de hoje, se já viviam longe do pai, com o novos modelos de conjugalidade e família e com a saída das mães para trabalhar, passaram a viver também longe da sua mãe.
O que faz com que estejam mergulhados no que chamamos  abandono doméstico” - que corresponde a viverem abandonados em suas próprias casas ou nas casas de outras pessoas, sem contato íntimo com seus progenitores, sempre ocupados com outras coisas. 

 Soma-se a isto o fato que estas são gerações de filhos/as traumatizados por inúmeras histórias de separações conjugais na geração anterior - o que para muitos significa: amar pode ser perigoso, melhor é ter relações superficiais, pois, se houver abandono, rejeição ou rompimento, o sofrimento será menor do que no caso de haver envolvimento e profundidade na relação.    

 Então, creio que o abandono doméstico mais o medo de amar e sofrer sejam os principais  ingredientes na formação psicológica dos ficantes

Deste modo, sem darem conta, as crianças desta geração podem estar indo para a vida adulta achando que "ficar" seja o normal entre os humanos pois não têm outro parâmetro de referência, reproduzindo na vida adulta exatamente  o que aprenderam em sua infância: ficar prá lá e prá cá, com um e com outro em vez de estabelecer vínculos estáveis e duradouros.

 O curioso é que estas relações de ficar são, paradoxalmente, relações de partir... sem culpa, sem afeto e sem satisfação. Apenas com o prazer fugaz de ter tido o mínimo de atenção disponibilizado pelo outro. Vasos de terra rasa com pouco espaço para o enraizamento da planta afetiva...

        E o que costuma ficar dessas relações é mesmo uma grande fome de amor e um grande vazio. Daí o enorme número atual de adeptos ao uso de drogas - tentativas de preenchimento do vazio deixado por um mundo afetivamente frustrante para toda uma geração de filhos\as que de certa forma são, desde sua tenra idade, ficantes de seus próprios pais e mães, que só os veem rapidamente e quando dá tempo.

Muitos pais e mães que trabalham fora justificam sua ausência da rotina dos filhos/as com o argumento de que precisam trabalhar, que a vida é dura, que o mercado de trabalho é exigente e que precisam de dinheiro para pagar as contas da família. Acredito que sim. 

Mas...será só isto??? Ou será que esta ausência também estaria calcada num sentido obtuso de mundo que prioriza o ter do que o ser e o estar??? 

 Educar dá trabalho, é cansativo, implica em renúncias, em lidar com o rame-rame da casa, com as dilemáticas relacionais e enfrentar o mundo doméstico - o qual muitos consideram perda de tempo e chatice - já que nem sempre tem o glamour da rua e do trabalho.         

       E não vai nisto nenhuma acusação aos pais e mães que - como eu - trabalham fora e estão sempre ocupados - mas, sim, um alerta para pensarmos para onde estamos caminhando com nossas escolhas e qual o impacto delas sobre a vida relacional de nossas filhos\as. Proponho nos perguntarmos que  modelo de relacionamento estaríamos   ensinando-lhes através do nosso modo de nos relacionarmos com eles.

Pois, o fato é que quando pai e mãe priorizam o trabalho, o dinheiro, o seu prazer pessoal e o seu sucesso, estão - sem quererem e sem terem consciência das duras consequências disto - se tornando os “primeiros ficantes dos filhos/as” e, possivelmente, ensinando-os a formarem vínculos nesta modalidade.

 


© amar@gmail.com
Todos os Direitos Reservados*.
Lei nº 9.610/98 - Lei de Direitos Autorais

Este texto pode ser reproduzido desde que se faça referência à autora e à fonte.
Modo de citação sugerido:
Ferreira, Valéria Giglio - Blog AMAR- EDUCAÇÃO CONJUGAL E FAMILIAR     

domingo, 18 de setembro de 2011

FIDELIDADE X INFIDELIDADE Parte 2

  Então, dizíamos que a infidelidade é uma forma de tentar manter uma relação a dois disfuncional apoiando-a sobre uma terceira pessoa e "triangulando" com ela. É algo como colocar um calço numa mesa bamba,  resgatando-lhe a estabilidade perdida ou  não consolidada.

    Porém, o problema de dar este tipo de "encaminhamento" para as dilemáticas matrimoniais é que, em geral, ele não resolve o problema conjugal subjacente e ainda cria outros adicionais.

    Numa reflexão clássica, a função social das/dos amantes é a de "estabilizar casamentos instáveis".

    Explicando: todo casal tem conflitos, porque, por mais que tenham afinidades, são duas pessoas diferentes e eventualmente discordam em algo de maior ou menor relevância. Estas diferenças precisariam ser confrontadas e negociadas dentro da parceria, em um acordo justo.

    Mas, este processo de confronto das diferenças considerando a  perspectiva de uma negociação justa implica em mudanças que, nem sempre, um ou ambos os cônjuges estão prontos ou dispostos a fazer.
    Então, marido e mulher vão "varrendo os conflitos para baixo do tapete" até que chega um momento em que o tapete conjugal está tão empoeirado que nenhum dos dois o suporta mais. Neste ponto, o nível de tensão no relacionamenrto  fica tão alto que um atrito mais sério ou disruptivo se torna iminente.

    Uma maneira de tentar abaixar o nível de tensão na relação a dois sem modificá-la, sem negociá-la  e sem rompê-la é jogar esta tensão numa terceira pessoa: a/o amante, que passa a ser usado/a como depositária/o do "lixo conjugal", ou seja, daquilo que o casal não consegue metabolizar a dois.

    E esta  costuma ser uma posição ilusória e cruel: o/a amante ilude-se com a fantasia de ter o/a parceiro/a do outro,  repetindo aí a fantasia infantil edipiana de casar-se com o pai ou com a mãe, ou seja, de tomar para si alguém já comprometido/a.

    Muito deste recurso de ter amantes remonta ao modelo de conjugalidade patriarcal, onde os homens eram ensinados que sua virilidade estava em jamais rejeitar sexo, fosse com quem fosse; e as mulheres eram ensinadas que a sua sexualidade só seria santa se fosse para fins procriativos. Um tremendo desencontro: eles tinham que ter sexo sempre e elas não podiam ter nunca. No bojo deste conceito de sexo como algo pecaminoso, as esposas acabavam "fazendo vista grossa" para a tercerização do "serviço".

    No limite extremo desta  leitura podemos dizer que o fato de os homens terem amantes, de trairem, fez quase que parte do modelo patriarcal de casamento e família. E que, de um modo ou de outro, cada um dos três "participantes" dava o seu encaixe para esta estrutura triangular.

   Desta ótica, observamos que a maioria dos homens que faziam uso deste expediente, o fazia sem a menor intenção de separar-se de sua esposa oficial. O terapeuta Frank Pittman, numa frase de impacto diz: "...a amante é uma empregada do casamento, quando ela quer passar de empregada à patroa é demitida!...".

   Reiteramos que  num caso de triangulação amorosa, cada um faz o seu papel: o/a cônjuge infiel o faz ao buscar uma solução para a problemática conjugal fora do casamento; a/o amante, ao entrar em uma relação já constituida - em geral buscando uma resolução edipiana tardia; e o/a cônjuge traido, ao permitir/aceitar a invasão em seu território. Cada qual, costumeiramente, tem motivos inconscientes para tal atitude.

   Então, numa história de infidelidade todos perdem algo valioso: o/a infiel perde seu senso de integridade, o/a traído perde seu território e o/a amante perde seu tempo numa relação sem expectativas reais.

   Mas, quem mais perde?  São os filhos/as que, impotentes e enredados nos desatinos de pai e mãe, ficam a mercê da perpetuação do sofrimento familiar.

Autora: Valéria Giglio Ferreira - Psicóloga


* "Fidelidade X Infidelidade"


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Todos os Direitos Reservados*.
Lei nº 9.610/98 - Lei de Direitos Autorais

Este texto pode ser reproduzido desde que se faça referência à autora e à fonte.
Modo de citação sugerido:
Ferreira, Valéria Giglio - Blog AMAR- EDUCAÇÃO CONJUGAL E FAMILIAR