Celebre e agradeça a vida como grande bênção...

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Deus ilumine o Brasil e o mundo, em nome de Jesus Cristo! Amém!

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Parabéns, Srs. juizes...Continuem assim. Cuspam bastante na cara do povo...Ignorem bastante o sofrimento do povo saqueado e, depois, acertem as suas contas com o Universo: vocês e seus\suas comparsas em roubar a população. Mas, não se enganem: o Universo, a seu tempo, fará a justiça prevalecer...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O "Processo de Perdão"


Esta é uma questão interessante...e importante.

A grande maioria das religiões e filosofias abordam este tema.

Observo que o que se diz sobre o perdão, em geral, vem assim:

"- É preciso perdoar!".

"- O perdão é curativo!".

"- Perdoar é divino!".

Mas, a reação da maioria das pessoas a essas falas costuma ser de conflito diante disto, pois, querem perdoar e não conseguem fazê-lo!

Então, além da raiva e do ressentimento que motivaram o conflito, têm agora uma outra dificuldade que é a de não conseguirem perdoar o/a opositor...e isto, num efeito dominó, aumenta a área dolorida do litígio.

Além do conflito humano, muitos passam a ter um conflito com Deus, sentindo-se maus por "não perdoarem o inimigo".

Em meu entendimento, observo que perdoar não é uma simples mágica interna que se faz e que no instante seguinte sobrevém o sentimento aliviante do perdão, da libertação.

Perdoar é um processo.

Considerando-se a premissa de que a vida é econômica e não dá experiências desnecessárias, penso que perdoar implica em entender a que veio a experiência com aquela pessoa e de que maneira a vida usou aquela pessoa como mestre para nos ensinar algo imprescindível ao nosso crescimento, à nossa evolução.

Lembro-me do ditado que diz que "muitas vezes, as pessoas que mais nos azucrinam, são nossos melhores mestres". 

Inúmeras vezes, sentimos que a intenção da pessoa foi boa; porém, em outras, sentimos que houve má intenção, ruindade, maldade e o objetivo de ferir e de trapacear.

Vale citar, a título de facilitar a digestão de certas injustiças e agressões, que "cada ser é limitado pelo seu nível de consciência"  e que "o plantio é livre, mas, a colheita é certa".

De todo modo, se nos lembrarmos que "tudo concorre para o bem daqueles que amam Deus", poderemos perceber que independentemente da intenção da pessoa, o resultado é que podemos crescer com ela.

Porém, para percebermos que podemos crescer com o que nos fizeram, precisamos nos dar a chance de reconstruirmos o significado dos acontecimentos.

Citando Sartre: " não importa o que fizeram conosco, mas o que fazemos com o que fizeram conosco".

E, se nos colocarmos atentos, percebemos que com o ocorrido, ainda que duramente, crescemos em algo fundamental para nós.

Assim, acredito que o processo de perdoar implica em assimilar a experiência passada, obtendo dela o entendimento do sentido de vida e crescimento pessoal nela contidos.

Somente quando entendemos onde crescemos com aquela pessoa e com aquela vivência, conseguimos perdoar.

É como o processo de digestão alimentar:

 - Engolimos a situação dada pela vida.
 - Digerimos o alimento que ela nos fornece.
 - Com maior ou menor dificuldade, assimilamos seus nutrientes.
 - Excretamos o que dele não nos serve mais.
 - Se o alimento é bom, imediatamente nos torna mais robustos.
   Se é tóxico para nós, precisamos reagir e nos instrumentalizar para não perecermos.
   Se o superamos, torna-mo-nos mais fortes e vigorosos a partir dali.

Algumas vezes, aquilo que não destrói, cria anti-corpos, fortalece.

Eu chamo a este conjunto de passos "O Processo de Perdão", concluindo que o mesmo tem várias etapas:

1) Aceitar a experiência dada pela vida.

2) Aceitar a alegria e a dor nela contidas; ou seja, aceitar a experiência inteira.

3) Aceitar e canalizar construtivamente a raiva, a frustração e a tristeza pelo que desagradou e/ou machucou, na situação referida.

4) Buscar o que e onde, no contexto específico de nosso desenvolvimento como indivíduos, aquela experiência gerou crescimento.
Buscar entender o que exatamente foi aprendido.

5) Aceitar que aquela experiência foi/é útil e necessária, apesar da dor e do desconforto.

6) Perceber que nenhuma outra pessoa ou contexto teriam a força de gerar este crescimento específico.

7) Acolher a pessoa que nos magoou, que abusou de nós, nos agrediu, frustrou, decepcionou, etc como um personagem fundamental de nossa história e de nossa evolução.

8) Agradecer-lhe pelo que de bom ele/ela nos proporcionou em termos de crescimento, pois, sempre existe um crescimento, seja com as experiências tristes e sofridas, seja nas prazerosas e alegres.

No limite, vale entendermos que existem pessoas más, "escravas da maldade", dominadas pela inveja e pelas rivalidades e que não podemos negligenciar este perigo, que precisamos saber nos proteger delas.

9) Perdoar.

10) Libertar-se.
 Desapegar-se do ocorrido, soltando o que não faz mais sentido e permitindo que se vá, abrindo espaço para a renovação de seu próprio ser.   

Assim, creio que só conseguimos perdoar quando assimilamos o que de bom a pessoa nos trouxe, numa atitude de consciente e, às vezes, resignado agradecimento.

Enquanto estivermos presos ao que foi ruim, numa cegueira obstinada e irada, sentindo-nos vítimas alheias aos acontecimentos, o portão do perdão tende a permanecer trancado.

Mas, quando transcendemos a dor e buscamos entender a que veio aquela vivência, em  que aquela oportunidade dada pela vida nos toca, isto confere crédito e sentido à experiência vivida, e então, abre-se a porta do perdão.

Creio que somente a partir do entendimento do que ficou de bom, daquilo que foi agregado para nós é que conseguimos perdoar nossos opositores/as, dando à experiencia com eles/elas uma conotação positiva.

Creio que somente a partir deste entendimento é que nos tornamos capazes de transformar nossos algozes em mestres. Mestres enviados pela vida para fomentar o nosso bem e gerar novas tomadas de consciência, tornando-nos pessoas melhores, mais cheias de luz.

Assim, creio que para perdoar é preciso, primeiro, acolher a experiência com nossos/as inimigos/as e encontrar a luz que ela nos traz. 




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Modo de citação sugerido:
Ferreira, Valéria Giglio - Blog AMAR- EDUCAÇÃO CONJUGAL E FAMILIAR