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segunda-feira, 16 de abril de 2012

SER PAI OU MÃE É DIFERENTE DE SER AMIGO DO FILHO/A!

 
Por Valéria Giglio Ferreira - Psicóloga
Depois dos anos 60, em reação ao repressor patriarcado, muitos pais e mães contemporâneos "resolveram que seriam amigos/as dos filhos/as", decorrendo daí sua crescente saída dos papéis de pai e mãe, bem como, das suas correspondentes funções educativas, o que desembocou no atual "PROCESSO DE FRAGILIZAÇÃO DOS PAPÉIS PARENTAIS".

No início dos anos 70 e 80, uma situação bizarra e elucidativa ocorria nos consultórios psicológicos: ao chegarem, alguns os pais e mães orgulhosos de si, mencionavam serem os melhores amigos de seus filhos, ao que o profissional de psicologia se obrigava a dizer: "- Bem, se vocês são os melhores amigos, quem são os pais???".

Penso que esta seja uma ideologia bastante conveniente às recentes gerações de pais e mães - a qual me incluo, pois, também estou sujeita estas pressões históricas e sociais - que, mergulhados nos efeitos do individualismo norte-americano foram ficando muito mais focados no seu sucesso profissional e em seu prazer pessoal do que no rame-rame doméstico.

Ao dizerem que são "amigos/as dos filhos", pai e mãe, de certo modo, se desobrigam do processo educativo que lhes compete descompromissando-se daquilo que dá mais trabalho e desgaste nesse processo: corrigir inúmeras vezes as crias até  que aprendam, dar-lhes bons exemplos, eventualmente renunciando a uma série de coisas que sabidamente desequilibrariam a estrutura familiar, fazer-se presente para acompanhar seu e desenvolvimento, discipliná-los, mostrar o caminho das pedras sem fazer disto um ditado, discipliná-los, costruir valores não apenas no discurso, mas, na vivência prática dos mesmos, etc.

De um modo geral, observamos que é muito mais fácil ser amigo/a dos filhos/as do que ser pai e mãe, porque ser amigo permite dizer sim com frequência, entretanto, ser pai ou mãe implica discriminar e exercitar  o sim, o não e o talvez.

Amigos não estão comprometidos com o processo educativo e suas dificuldades, nem tão pouco com as suas consequências.
Os papéis principais da relação pais/mães - filhos/as é paismães serem pais/mães e filhos/as serem filhos/as. Os papel de amigo/a do filho/a é bem-vindo, mas, como papel complementarer, não podendo jamais tomar o lugar de papel principal, pois, isto adulteraria a natureza desta relação. 
O que criaria, invariavelmente, situações de extrema disfuncionalidade, pois, tiraria os filhos do seu lugar de filhos/as colocando em funções que não são suas e como consequência, ocasionando a chamada inversão hierárquica.
Digo inversão hierárquica porque, muitas vezes, ao se proporem a ser amigos dos filhos/as, o casal parental - um ou ambos - acaba por fazer de seus filhos de seus pai e/ou sua mãe, isto é, colocam-nos no lugar do pai e da mãe que gostariam de ter tido outorgando-lhes a tarefa de seus conselheiros,  cuidadores ou mesmo amigos.
Um exemplo dessa inversão hierárquica e seus disruptivos efeitos ocorre quando pai e mãe compartilham segredos sexuais com seus filhos/as. Isto é extremamente indigesto aos filhos que encontrarão dificuldades sem fim para metabolizarem essas informações, o que, via de regraproduz ínumeras sequelas no desenvolvimento dos mesmos.
Talvez essa idéia dos pais serem amigos dos filhos/as tenha sido um "equívoco bem intencionado" dos anos 60. Acharem que seria possível essa inversão de papéis pode ter sido uma tentativa válida de humanizar os vínculos familiares. 
Hoje, buscamos uma retomada da estrutura original, até mesmo da hierarquia, mas, complementada por essa empatia, por essa amizade suplementar.
Não sou a favor de uma volta ao rígido patriarcado, do massacre ao desenvolvimento da individualidade de pai e mãe, de marido e mulher, mas, precisamos nos lembrar que a estrutura familiar pressupõe, pelo óbvio, uma estrutura funcional e uma hieráquia correspondente; qualquer coisa que fuja à essa estrutura essencial poderá desencadear disfuncionalidades em maior ou menor grau para todo o sistema familiar e também para cada um dos membros.

Como diz o I Ching em seu hexagrama "A Família", "...na família, quando cada um ocupa o seu lugar tudo vai bem, mas, quando há desordem é o caos...".

Uma das principais tarefas de pai e mãe é a de introduzir a ordem e preparar suas crias para a vida em sociedade. E não é soltando os filhos/as antes da hora, com o discurso papo-cabeça de que são modernos e preservam sua precoce liberdade de escolha que conseguirão essa introdução dos mesmos no mundo civilizado.

Ao contrário, o que temos visto é uma volta aos comportamento primitivos: filhos/as que se comportam como animais selvagens num claro flagrante de ausência do processo educativo no ninho de origem.

É preciso lembrar que os filhos/as só estarão livres para fazerem o que quiserem na vida adulta, quando poderão se responsabilizar pelas consequências dos seus atos, e que até chegarem lá, precisam ser treinados por alguém que dê conta de submetê-los às regras mínimas de convivência que os permitirão viver em sociedade e a canalizar seu potencial para comportamentos construtivos para si e para o mundo em que vivem.

Pais e mães precisam conseguir encontrar um meio de conciliar individualidade com paternidade/maternidade.

Precisam repensar a relação custo/benefício da busca desenfreada do sucesso, das realizações e do prazer pessoal.

Precisam repensar a validade retomarem para si a função educativa que lhes compete não delegando isto a terceiros ou mesmo abandonando os à ação educativa dos acontecimentos ruins ou bons que a vida propõe a cada um.

Precisam ponderar a validade de renunciar um pouco mais a sua individualidade em favor dos filhos/as, pois, tudo indica que esta seja uma das origens do atual desequilíbrio familiar, sendo este, possivelmente, o lugar da retomada do Caminho do Meio.

Por Valéria Giglio Ferreira - Psicóloga
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Valéria Giglio Ferreira
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