ADOLESCÊNCIA MOSTRANDO SEUS PRIMEIROS SINAIS...
O segundo parto!
Valéria Giglio Ferreira
www.amar.psc.br
Quando nossos filhos/as mudam de fase, somos obrigados a mudar também para lidar com as novidades que acompanham os novos desafios deles,
nossos e de todo o sistema familiar.
É o ciclo vital da família se movimentando, evoluindo para novas dinâmicas, e isto sempre requer de cada um o desenvolvimento de novas habilidades que façam frente as suas novas tarefas evolutivas.
O que antes significava uma simples troca de roupas torna-se quase um pré-parto com as contrações e tudo!
Tudo que significar definição de identidade buscando diferenciá-la da identidade de pai e mãe tende a permanecer maximizado até que a transição
da infância para a vida adulta se complete.
Como sabemos, "adolescência é uma crise necessária" e dura em média seis anos.
Os anos que vão do final da infância ao início da vida adulta.
É mais preocupante o caso de um/uma adolescente que não demonstre nenhum sinal de conflito com os pais do que o daqueles que apresentam conflitos moderados.
Esses conflitos são realmente como contrações sinalizando que a cabecinha deles já coroou e seu pensamento já se faz claro lá no horizonte
de uma personalidade adulta em formação.
Um pouco de ansiedade e um pouco de depressão são características esperadas para a fase, pois, a consciência ou a intuição de que deixaram a infância os/as deprime e lidar com o medo do desconhecido que
o futuro representa os deixa ansiosos.
Tudo isto dentro de uma normalidade muito bem analisada.
Situações preocupantes são:
1) Ausência total de conflitos, pois pode indicar uma ausência da busca natural de questionar pai/mãe como mote para iniciar o processo de desidealização dos mesmos - processo tão importante ao desenvolvimento saudável de cada um.
O movimento é de diferenciar-se da identidade parental para se constituir como um adulto autônomo psicologicamente. É um parto de fato. Um parto psicológico com todas as aflições e expectativas pertinentes.
2) O excesso de conflitos os pais, bem como, com outras figuras de autoridade desenhando um processo excessivo de rebeldia.
3) Excesso de depressão ou ansiedade, de modo que se perceba uma paralisação das atividades de rotina em função destes sintomas.
Uma vez que não podem seguir a vida grudados na identidade de seu pai ou de sua mãe, há uma profunda busca por si mesmo. Um grande mergulho interior que os deixa, por vezes, ensimesmados\as.
Momentos de introspecção são comuns e dão conta dessa interiorização e da elaboração psicológica da grande transformação que sair da infância e entrar na vida adulta representa no desenvolvimento humano.
Mais ainda numa cultura que eliminou boa parte dos rituais de passagem que antes demarcavam esta transição: baile de debutantes, tiro de guerra, etc.que faziam parte dessa ritualização e que estão cada vez mais raros.
A demarcação desta mudança de fase fica quase sem sinalizadores sociais. De certa forma, o vestibular, com a perspectiva da possível saída de casa para estudar seguida da entrada do sujeito no mercado de trabalho, cumpre em parte esta função.
Entretanto, outros rituais de passagem não foram propostos na maioria das culturas ocidentais, o que deixa margem para que os próprios adolescentes os criem de forma funcional, disfuncional ou, eventualmente, até mesmo perigosa - como vemos nos trotes de algumas universidades: rituais de passagem sem o controle da lei e com a exposição dos mesmos à situações de risco relativamente alto em alguns casos.
Quando pensamos em desenvolvimento de uma identidade adulta, dizemos que é no espaço do segredo que a identidade separada da de pai/mãe vai nascendo, porque é no segredo ou naquilo que o sujeito não compartilha com pai e mãe é que ele começa a se perceber como um ser separado deles.
O raciocínio é: se não compartilham tudo é porque são outras pessoas com aspectos individuais.
Deste modo, acreditamos que não havendo sinais de perigo como indício do uso de drogas ou outros comportamentos de risco, pai e mãe devem respeitar a individualidade dos/das adolescentes. Por exemplo, não xeretando em diários e mensagens particulares deles.
Porém, enquanto não forem "de maiores", donos de seu juízo e das consequências de eventuais falta de juízo esta regra pode e deve ser quebrada, mas, somente se realmente houver indícios de perigo.
Curiosidades sobre sua intimidade disfarçadas de preocupação não são aceitas como justificativa neste caso, ou seja, não havendo perigo, sua privacidade - como a de qualquer um - deve sim, ser respeitada.
Também na adolescência os extremos são sempre preocupantes e indicadores da necessidade de consulta com profissionais de saúde habilitados da medicina e da psicologia.
Gosto de alertar pais e mães sobre a questão das eventuais “ameaças” auto-agressivas feitas por adolescentes. Elas devem sempre ser levadas a sério porque eles têm a força, mas, muitas vezes desacompanhada da noção clara das consequências das coisas que já são capazes de fazer.
Na dúvida jamais devemos deixar de prestar atenção a uma ameaça verbalizada ou sugerida por um/uma adolescente: que nunca duvidemos de sua capacidade de agir.
Havendo necessidade, providências concretas e urgentes precisam ser tomadas para evitar o pior, principalmente, se houver ameaças auto-agressivas ou de agressão a terceiros, em suas falas e\ou comportamentos.
E nós que os/as amamos, pedimos que Deus dê a todos\as sabedoria e proteção também neste aspecto.
É uma fase em que se pré-adolescente e adolescentes forem muito pressionados espanam e se forem soltos demais podem se perder.
Lembrando que no mundo atual a “porta da perdição” está escancarada e que a adolescência pode ser considerada uma das fases mais vulneráveis para o desenvolvimento do ser humano.
Embora atualmente as coisas estejam se precipitando muito, teoricamente esta é a fase em que pela primeira vez as crias humanas “entram na floresta” desacompanhadas de pai e mãe.
O casal parental – casados ou separados – precisam estar atentos e não hesitam em colocar limites de segurança sempre que necessários.
Estudos mostram que adolescentes com bom desempenho escolar tendem a não participar de grupos de risco porque canalizam seu desejo de atos heroicos para finalidades construtivas como passar num bom vestibular, ter um bom desempenho em atividades esportivas ou musicais, etc.
Para os/as adolescentes, os grupos serão sempre muito importantes uma vez que representam alguém para estar junto fora de casa neste novo mundo que se descortina fora do alcance visual dos pais.
Então, desde cedo, pai e mãe precisam encaminhá-los para grupos construtivos e que lhes desenvolvam a autoestima canalizando para o "bem" sua enorme energia e vontade de conhecer o mundo externo e também seu mundo interno tão cheio de descobertas por vir.
A boa religião sempre conta e nesta fase muito mais. Trabalhar a espiritualidade, relaxamento, exercícios físicos e orientação psicológica adequada podem ajudar a evitar muitos desvios.
Aos pais e mães resta a adaptação à nova fase e ter a sabedoria de controlá-los e soltá-los num harmoniosa aceitação do processo de parto e do iminente corte do cordão umbilical.
Aprenderem a difícil arte de entender que filhos e filhas têm o direito de escrever sua própria história e que a adolescência é uma espécie de segundo parto.
Parto este que com a aproximação da puberdade se fará cada vez mais presente juntamente tudo aquilo que o acompanha: novidades, graça, preocupações, esperança e, principalmente, fé.
Fé que o Anjo-da- Guarda os/as guiará onde nossas palavras e nosso olhar não os/as puder alcançar e que Deus os\as protegerá sempre e em todos os lugares.
Ah, também resta aos pais e mães contar diversas vezes até seiscentos mil, renovando diariamente a paciência e a compreensão, e ainda por cima praticando a sabedoria de sempre falar com firmeza e suavidade na exigência do cumprimento de algumas regras de conduta fundamentais para o bem de todos.
Pais e mães de adolescentes também irão treinar - como faz a parturiente - muitas, muitas, muitas respirações profundas e a arte da entrega confiante de que, se Deus quiser, tudo vai dar certo.
Valéria Giglio Ferreira
Psicóloga e...mãe.
O segundo parto!
Valéria Giglio Ferreira
www.amar.psc.br
Quando nossos filhos/as mudam de fase, somos obrigados a mudar também para lidar com as novidades que acompanham os novos desafios deles,
nossos e de todo o sistema familiar.
É o ciclo vital da família se movimentando, evoluindo para novas dinâmicas, e isto sempre requer de cada um o desenvolvimento de novas habilidades que façam frente as suas novas tarefas evolutivas.
O que antes significava uma simples troca de roupas torna-se quase um pré-parto com as contrações e tudo!
Tudo que significar definição de identidade buscando diferenciá-la da identidade de pai e mãe tende a permanecer maximizado até que a transição
da infância para a vida adulta se complete.
Como sabemos, "adolescência é uma crise necessária" e dura em média seis anos.
Os anos que vão do final da infância ao início da vida adulta.
É mais preocupante o caso de um/uma adolescente que não demonstre nenhum sinal de conflito com os pais do que o daqueles que apresentam conflitos moderados.
Esses conflitos são realmente como contrações sinalizando que a cabecinha deles já coroou e seu pensamento já se faz claro lá no horizonte
de uma personalidade adulta em formação.
Um pouco de ansiedade e um pouco de depressão são características esperadas para a fase, pois, a consciência ou a intuição de que deixaram a infância os/as deprime e lidar com o medo do desconhecido que
o futuro representa os deixa ansiosos.
Tudo isto dentro de uma normalidade muito bem analisada.
Situações preocupantes são:
1) Ausência total de conflitos, pois pode indicar uma ausência da busca natural de questionar pai/mãe como mote para iniciar o processo de desidealização dos mesmos - processo tão importante ao desenvolvimento saudável de cada um.
O movimento é de diferenciar-se da identidade parental para se constituir como um adulto autônomo psicologicamente. É um parto de fato. Um parto psicológico com todas as aflições e expectativas pertinentes.
2) O excesso de conflitos os pais, bem como, com outras figuras de autoridade desenhando um processo excessivo de rebeldia.
3) Excesso de depressão ou ansiedade, de modo que se perceba uma paralisação das atividades de rotina em função destes sintomas.
Uma vez que não podem seguir a vida grudados na identidade de seu pai ou de sua mãe, há uma profunda busca por si mesmo. Um grande mergulho interior que os deixa, por vezes, ensimesmados\as.
Momentos de introspecção são comuns e dão conta dessa interiorização e da elaboração psicológica da grande transformação que sair da infância e entrar na vida adulta representa no desenvolvimento humano.
Mais ainda numa cultura que eliminou boa parte dos rituais de passagem que antes demarcavam esta transição: baile de debutantes, tiro de guerra, etc.que faziam parte dessa ritualização e que estão cada vez mais raros.
A demarcação desta mudança de fase fica quase sem sinalizadores sociais. De certa forma, o vestibular, com a perspectiva da possível saída de casa para estudar seguida da entrada do sujeito no mercado de trabalho, cumpre em parte esta função.
Entretanto, outros rituais de passagem não foram propostos na maioria das culturas ocidentais, o que deixa margem para que os próprios adolescentes os criem de forma funcional, disfuncional ou, eventualmente, até mesmo perigosa - como vemos nos trotes de algumas universidades: rituais de passagem sem o controle da lei e com a exposição dos mesmos à situações de risco relativamente alto em alguns casos.
Quando pensamos em desenvolvimento de uma identidade adulta, dizemos que é no espaço do segredo que a identidade separada da de pai/mãe vai nascendo, porque é no segredo ou naquilo que o sujeito não compartilha com pai e mãe é que ele começa a se perceber como um ser separado deles.
O raciocínio é: se não compartilham tudo é porque são outras pessoas com aspectos individuais.
Deste modo, acreditamos que não havendo sinais de perigo como indício do uso de drogas ou outros comportamentos de risco, pai e mãe devem respeitar a individualidade dos/das adolescentes. Por exemplo, não xeretando em diários e mensagens particulares deles.
Porém, enquanto não forem "de maiores", donos de seu juízo e das consequências de eventuais falta de juízo esta regra pode e deve ser quebrada, mas, somente se realmente houver indícios de perigo.
Curiosidades sobre sua intimidade disfarçadas de preocupação não são aceitas como justificativa neste caso, ou seja, não havendo perigo, sua privacidade - como a de qualquer um - deve sim, ser respeitada.
Também na adolescência os extremos são sempre preocupantes e indicadores da necessidade de consulta com profissionais de saúde habilitados da medicina e da psicologia.
Gosto de alertar pais e mães sobre a questão das eventuais “ameaças” auto-agressivas feitas por adolescentes. Elas devem sempre ser levadas a sério porque eles têm a força, mas, muitas vezes desacompanhada da noção clara das consequências das coisas que já são capazes de fazer.
Na dúvida jamais devemos deixar de prestar atenção a uma ameaça verbalizada ou sugerida por um/uma adolescente: que nunca duvidemos de sua capacidade de agir.
Havendo necessidade, providências concretas e urgentes precisam ser tomadas para evitar o pior, principalmente, se houver ameaças auto-agressivas ou de agressão a terceiros, em suas falas e\ou comportamentos.
E nós que os/as amamos, pedimos que Deus dê a todos\as sabedoria e proteção também neste aspecto.
É uma fase em que se pré-adolescente e adolescentes forem muito pressionados espanam e se forem soltos demais podem se perder.
Lembrando que no mundo atual a “porta da perdição” está escancarada e que a adolescência pode ser considerada uma das fases mais vulneráveis para o desenvolvimento do ser humano.
Embora atualmente as coisas estejam se precipitando muito, teoricamente esta é a fase em que pela primeira vez as crias humanas “entram na floresta” desacompanhadas de pai e mãe.
O casal parental – casados ou separados – precisam estar atentos e não hesitam em colocar limites de segurança sempre que necessários.
Estudos mostram que adolescentes com bom desempenho escolar tendem a não participar de grupos de risco porque canalizam seu desejo de atos heroicos para finalidades construtivas como passar num bom vestibular, ter um bom desempenho em atividades esportivas ou musicais, etc.
Para os/as adolescentes, os grupos serão sempre muito importantes uma vez que representam alguém para estar junto fora de casa neste novo mundo que se descortina fora do alcance visual dos pais.
Então, desde cedo, pai e mãe precisam encaminhá-los para grupos construtivos e que lhes desenvolvam a autoestima canalizando para o "bem" sua enorme energia e vontade de conhecer o mundo externo e também seu mundo interno tão cheio de descobertas por vir.
A boa religião sempre conta e nesta fase muito mais. Trabalhar a espiritualidade, relaxamento, exercícios físicos e orientação psicológica adequada podem ajudar a evitar muitos desvios.
Aos pais e mães resta a adaptação à nova fase e ter a sabedoria de controlá-los e soltá-los num harmoniosa aceitação do processo de parto e do iminente corte do cordão umbilical.
Aprenderem a difícil arte de entender que filhos e filhas têm o direito de escrever sua própria história e que a adolescência é uma espécie de segundo parto.
Parto este que com a aproximação da puberdade se fará cada vez mais presente juntamente tudo aquilo que o acompanha: novidades, graça, preocupações, esperança e, principalmente, fé.
Fé que o Anjo-da- Guarda os/as guiará onde nossas palavras e nosso olhar não os/as puder alcançar e que Deus os\as protegerá sempre e em todos os lugares.
Ah, também resta aos pais e mães contar diversas vezes até seiscentos mil, renovando diariamente a paciência e a compreensão, e ainda por cima praticando a sabedoria de sempre falar com firmeza e suavidade na exigência do cumprimento de algumas regras de conduta fundamentais para o bem de todos.
Pais e mães de adolescentes também irão treinar - como faz a parturiente - muitas, muitas, muitas respirações profundas e a arte da entrega confiante de que, se Deus quiser, tudo vai dar certo.
Criar filhos e filhas é certamente um ato de fé.
Um milagre em que ver o lindo desabrochar de nossas crias
é sempre a grande gratificação e a grande bênção.
Com a Graça de Deus!
Valéria Giglio Ferreira
Psicóloga e...mãe.
P.S.:
É...também entre os humanos a adolescência representa o início da saída dos filhotes para a "floresta" e, realmente, eles\as precisam estar muito bem preparados para lidar com os desafios da sobrevivência longe do "acampamento de pai e mãe"...Esse preparo diz respeito a aprenderem a ganhar a vida, mas, também a se protegerem não somente de situações de risco, mas, de relacionamentos de risco. Começa o trabalho de separar o joio do trigo nas relações interpessoais...Explorar o mundo que se descortina, buscar sua realização em todas as áreas da vida, mas, com prudência e com o acompanhamento vigilante dos pais, ainda que à distância, até que estejam adultos o bastante para lidar por si mesmos\as "com os jogos que os adultos jogam"... A fé e um bom trabalho de casa, feito juntamente com a família de origem, serão para sempre os seus norteadores no Caminho da Felicidade...
Valéria
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Grata.
Valéria Giglio Ferreira
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