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sábado, 18 de fevereiro de 2012

A SÍNDROME DO NINHO VAZIO




Por Valéria Giglio Ferreira - Psicóloga

Gostaria de iniciar a pauta da "Síndrome do Ninho Vazio" com um ditado "psy" que diz: "...os filhos são mestres em transformar marido e mulher em pai e mãe vinte e quatro horas por dia".

Mas esta é apenas uma parte da questão.

A outra é que se inúmeras vezes marido e mulher se deixam levar pelo excesso de solicitação dos filhos/as, também fazem isto por motivos pessoais, motivos que lhes são próprios e que dizem respeito à dinâmica de seu casamento.

Dar mais atenção aos filhos/as do que ao cônjuge também remete às facilidades e atalhos que cuidar mais dos filhos/as do que de seu casamento traz como fonte amenizadora de ansiedades e como fonte de homeostase (equilíbrio) para suas disfunções conjugais e familiares.

Explicando melhor: via de regra, é mais fácil se relacionar com os filhos/as do que com o/a parceiro/a, pois, a relação entre pais/mães e filhos/as é de natureza hierárquica e no limite dos conflitos os progenitores mandam e suas crias obedecem; todavia, com a relação a dois é diferente, porque sendo natureza simétrica não há como os parceiros mandarem um no outro, de modo que tudo tenha que ser negociado e isto, com certeza, dá muito mais trabalho, implicando ainda em colocar-se num estado de maior vulnerabilidade física e emocional.

Um outro fator é que as relações com os filhos/as tem a proteção da consanguinidade e da filiação e a relação conjugal não possui este dispositivo, sendo portanto, uma relação mais vulnerável e susceptível à rompimentos, o que costuma desencadear desconfianças que dificultam em muito a entrega - requerida e pressuposta em tão íntimo e profundo envolvimento.

Assim, por estes e por tantos outros fatores, muitas vezes, marido e mulher se ligam mais aos filhos/as do que um ao outro.

Enfraquecem o casal conjugal e fortalecem o casal parental contando com a questionável premissa de que os filhos/as talvez possam "amarrar, colar, segurar o casamento de seus pais".

Mas, sabemos que não.

Sabemos, que os filhos/as até podem segurar o CASAL PARENTAL, ou seja, segurá-los como pai e mãe morando na mesma casa, mas, jamais conseguiriam segurar o CASAL CONJUGAL.

Os filhos/as jamais seriam capazes de preservar o desejo, a atratividade, o carinho e a vontade dos cônjuges de compartilharem suas almas um com o outro.

Esta é tarefa do próprio casal.

Os filhos/as jamais poderiam - nem deveriam - se incumbir de realizar tal missão.

Então, ao longo de décadas de não-cultivo da planta amorosa, de não a regarem, de não a podarem, de não a adubarem, este descuido para com a relação conjugal amorosa tende, pouco-a-pouco, a enfraquecê-la e até esvaziá-la.

As consequências desta dinâmica começam a se manifestar mais claramente quando a família chega à fase adulta das crias: os filhotes cresceram e estão prontos/na hora de deixar o ninho dos pais.

É com a iminência da saída deles que o casal se dá conta de seu casamento gravemente desvitalizado, esvaziado.

Surge a chamada SÍNDROME DO NINHO VAZIO: nela encontra-se a possibilidade de um casal novamente a sós e com seu relacionamento a dois perdido em décadas de abandono conjugal recíproco.

Verifica-se então, um ninho vazio da presença dos seus filhotes, mas, também vazio de afeto, afinidades, admiração, desejo, carinho, etc. entre marido e mulher.

Neste momento, a tendência do tipo de casal que deixou de cuidar da relação para se dedicar somente a outras coisas, principalmente, ao cuidado único e exclusivo com prole é a de segurar um ou tantos quantos possíveis dos filhotes no ninho PARA EVITAR O CONFRONTO COM UMA RELAÇÃO QUE PERDEU SEU MOVIMENTO, SUA DANÇA, SEU SENTIDO, SUA VALIDADE, INTIMIDADE E SUA GRAÇA.

Graça no sentido de a relação ser vista como benção, mas, também, como diversão, como lúdica, prazerosa, satisfatória.

Nesta hora, muitas vezes, as afinidades que haviam unido o casal lá trás, foram esquecidas ou deformadas pelo peso do distanciamento físico e afetivo.

O olhar de ambos já não pode se encontrar, pois, descortinaria tantos e tantos ressentimentos acumulados entre brigas mal-resolvidas e satisfações não alcançadas, que o toque das mãos virou tabu e coisa do passado...de um passado de desejo e encanto que não ousam lembrar mais.

Neste estado, a relação costuma apresentar problemas não-resolvidos que o tempo cronificou e cristalizou.

Nesta altura, as brigas não costumam ser para resolver conflitos, mas, para reiterar a imagem distorcida que cada parceiro/a construiru do outro e a qual fazem questão de confirmar no dia-a-dia do relacionamento - para si e para os de fora: "seu pai é assim...sua mãe é assim...".

De modo geral, todos os filhos/as, mas, costumeiramente um deles mais do que os outros, passa a ser refém do casamento falido desses pais.

Este filho/a eleito, que passa a ter a função de "cola" e/ou compensação do casamento quebrado ou rompido de seus pai, vai desenvolvendo os sintomas típicos deste emaranhado familiar: dificuldade de ter vida própria, seguir seu caminho individual e ser feliz em sua própria parceria amorosa.

A um filho/a nesta situação - de maneira consciente ou inconsciente - não é dada permissão para que se desenvolva com naturalidade em direção a sua vida adulta, principalmente, quanto a ter sua própria família e/ou assumir funções profissionais o levaria para longe do ninho parental.

Seu conflito é: se ele sai do ninho imagina que estará abandonando os pais um ao outro, e disto costumam decorrer imensos sentimentos de culpa e de ameaça a respeito do que será deles na sua ausência.

Nesta posição de prisioneiro inconsciente do casamento disfuncional dos seus pais, este filho/a costuma iniciar um processo de acusar de abandono e descaso os irmãos que escaparam ao cerco familiar, pois, alegam que eles deixaram os pesados pais a seu único cargo.

A contrapartida é que esses filhos usualmente, são os chamados/as "queridinhos de papai e mamãe", mas, o preço desta honraria e distinção é muito alto e muitos não tem a consciência disto, nem a coragem de deixar o "conforto" das opressoras, mas, protetoras asas parentais para ver o mundo sob sua própria perspectiva.

Assim, temos alertado os casais sobre a necessidade de reversão desta dinâmica familiar destrutiva e doentia, de modo que marido e mulher possam fortalecer o vínculo conjugal e lá na vida adulta de seus filhos/as não se sintam tentados a retê-los no ninho em prol de protegê-los ou de proteger seu próprio casamento: ESTA NÃO É FUNÇÃO DOS FILHOS/AS.

A prinicipal maneira de evitar ou, pelo meos, tentar minimizar os efeitos nocivos da "Síndrome do Ninho Vazio" é o casal se conscientizar de que marido e mulher precisam assumir que seu casamento é responsabilidade sua e zelar por ele e pela vitalidade da relação conjugal desde o seu princípio até os anos da velhice, se assim for, ou, tanto quanto ele durar com seus erros e acertos.


 

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Modo de citação sugerido:
Ferreira, Valéria Giglio - Blog AMAR- EDUCAÇÃO CONJUGAL E FAMILIAR

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Valéria Giglio Ferreira
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