Se pensarmos bem, há uma certa graça em varrer um empoeirado chão e percebermos que a cada deslizar da vassoura ele vai ficando limpinho, limpinho...
Há uma riqueza nisto...! A riqueza que vem do envolvimento com as coisas simples do dia-a-dia.
Não estou sendo sexista e não excluo a capacidade masculina de desenvolver bem esses papéis. Sabemos de inúmeros exemplos de homens muito hábeis nas tarefas domésticas.
Mas, talvez haja um potencial feminino "natural" para desempenhar com primor o papel do lar.
- NÃO SÓ A ELE, CLARO!!!
Já provamos que podemos ser muito mais!
Quando digo isto, refiro-me ao fato de a mulher tem dentro de si, de seu corpo e de seu útero o poder de ser casa para alguém durante nove meses e isto nos torna ligadas indelevelmente à esta função e a este prazer.
Neste caso, ela é realmente a "dona-da-casa" que gera o bebê durante todo o período gestacional.
Isto coloca a mamífera humana em condições potencialmente "naturais" - até intuitivas - de saber como alimentar, aquecer, proteger, etc. um outro ser.
Negar esse poder e esse talento não tem tornado as mulheres mais felizes.
Renunciar a tudo isto por puro "preconceito" é inaceitável.
As perdas não compensam os ganhos.
O próprio movimento feminista de vanguarda já reconhece esses prejuizos e propõe revisões e resgates do jeitinho feminino que ficou para trás.
Acredito que temos que fazer o caminho de volta para nós mesmas, integrando energia feminina e masculina dentro de nós: chega de adotarmos os valores do mundo masculino e desmerecermos tudo que é feminino.
Precisamos valorizar nosso modo feminino de ver e viver a vida!
Então, a meu ver, não é ser ou não ser dona-de-casa, a questão é fechar seu leque de investimentos na vida e ser SÓ DONA-DE-CASA.
E seria igualmente problemático ser somente qualquer outro papel, inclusive ser só uma profissional - ainda que de sucesso - pois, temos vários papéis a desenvolver na vida se quisermos alcançar a riqueza, a integralidade e a plenitude de nossa existência.
A questão está em quais outros papéis, além deste, cada mulher desenvolve em sua vida e como se coloca em cada um deles, especialmente em relação a si mesma, suas prioridades, seu propósito existencial.
É precioso lembrar que entre os prazeres e necessidades humanas, estão a troca de afeto e de carinho para com os outros seres vivos, o que muitas vezes, envolve cuidar de si, mas, também cuidar deste outro - seja ele marido, esposa, filhos/as, cachorro, gato, tartaruga, plantas, etc.
Portanto, não se trata de a mulher rejeitar o papel de dona-de-casa e abrir mão de algo extremamente prazeroso e realizador para a maioria das fêmeas humanas, trata-se rever e evitar o modo como ela vai para o papel de dona-de-casa, evitando principalmente a antiga postura de ter no papel de abastecedora do outro o seu único papel e sentido de vida, porque, neste caso, quando não precisam mais dela, pelo óbvio, a dispensam.
Então, o propósito não é rejeitar e nem eliminar papéis pessoais, familiares ou sociais - não se pode tirar partes da vida - o propósito é a mulher ampliar seus papéis alargando seus horizontes na direção de uma maior realização sua como pessoa, em cada uma das áreas da sua vida.
A questão é também de postura diante das coisas, de não mais colocar-se como aquela que permite ao outro explorá-la e depois descartá-la. É preciso colocar-se em postura de troca nas relações com o outro.
Trata-se também de as mulheres abrirem seu leque de opções, não só de seus objetivos profissionais, mas, de seu mais profundo sentido existencial - seja ele qual for - recuperando a sabedoria e a orientação de sua voz interior, de seu corpo a despeito do blá,blá, blá do mundo pós-patriarcal, da mídia.
Enquanto as mulheres adotarem a tábua de valores masculina como sua e medirem seu sucesso pessoal e suas metas por aquilo que representa sucesso para os homens -só para os patriarcais, diga-se de passagem, porque muitos homens também estão se revendo seu sentido de felicidade - eles de um modo ou de outro as estarão guiando, liderando e pior, submetendo: elas estarão submetidas aquilo que eles dão valor.
O caminho, a meu ver, é o resgate dos valores femininos a nortearem as condutas femininas.
Não podemos nos guiar somente por aquilo que faz sentido aos homens apenas para mostrarmos a eles que somos capazes de competir e ganharmos deles: a guerra dos sexos é uma meta muito pobre e limitante.
Enfim, trata-se de das fêmeas humanas distinguirem o que é supérfluo do que é essencial, de buscarem a integralidade de seu ser e de se conduzirem de maneira mais auto-centrada e equilibrada em seus diversos papéis.
Creio que temos que fazer o caminho de volta para nós mesmas, integrando energia feminina e masculina dentro de nós.
Chega de adotarmos os valores do mundo masculino e desmerecermos tudo que é feminino.
Precisamos urgentemente resgatar nosso modo feminino de ver e viver a vida dentro e fora de casa.
© amar@gmail.com
Todos os Direitos Reservados*.
Lei nº 9.610/98 - Lei de Direitos Autorais
Este texto pode ser reproduzido desde que se faça referência à autora e à fonte.
Modo de citação sugerido:
Ferreira, Valéria Giglio - Blog AMAR- EDUCAÇÃO CONJUGAL E FAMILIAR
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Valéria Giglio Ferreira
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