Valéria Giglio Ferreira - Psicóloga
E de repente, você descobre que estava preso/a na gaiola de cristal...
E descobre isto porque já se libertou, já não sente as opressoras e invisíveis paredes limitando sua movimentação e seu direito de ir e vir conforme-lhe apeteça, conforme-lhe seja necessário.
Uma gaiola invisível aos olhos, mas, perfeitamente sentida toda
vez que, ao tentar alçar seu voo de liberdade, sentia a aspereza dureza de suas hastes invisíveis tocando seus braços e suas nas pernas; no corpo, a aspereza do não saia dito entre linhas.
Sim, você estava preso/a e não sabia, não percebia, não tinha consciência disto!
Anos e anos, cativo/a e no controle de quem te aprisionou.
Ali, disponível para o outro, recebendo sobras e migalhas, porém,
dando de si o seu melhor alimento: sua própria energia
vital, seu tempo, suas prioridades.
Prender o outro é sádico, é cruel, é tolher seu desenvolvimento.
Nascemos e precisamos de liberdade para nos desenvolvermos e
desabrocharmos.
Mas... sabemos que o abusado se torna um abusador em potencial e o aprisionado se torna um aprisionador em potencial.
E nestes casos, uma vítima será procurada para perpetuar e inocular sua dor no inocente alheio.
Entretanto, o impulso de vida e sanidade faz com que sequestrados na alma, embora prisioneiros/as, jamais cessem de buscar seu direito de alforria.
A experiência de ser livre será sempre um desejo de tudo que é vivo...
No processo de libertação, prisioneiros/as da alma se desvencilham das garras vorazes e predadoras do outro, se desemaranharam da culpa de serem mais felizes do que seus sequestradores; o que, em geral, é o que os mantinha cativos: a culpa de ser mais feliz do que o outro.
Porém, no ato de libertação esta culpa já não produz a ação inibidora e paralisante de antes.
Você se libertou! E assim, a gaiola, o conhecido e a torre da Rapunzel vão ficando para trás num passado que assusta, aterroriza e apavora pela ameaça que ficar retido/a na gaiola de cristal representa à sua sobrevivência e ao seu desenvolvimento.
Saber dizer que NÃO ao que não te pertence fez e sempre fará parte do processo e da manutenção de sua liberdade.
Foi preciso coragem: a coragem de ser. De saber dizer SIM às suas necessidades. De acionar o instinto de vida, o imperativo de sobrevivência.
Uma libertação que não lhe foi dada, mas, construída a cada conflito enfrentado interna e externamente, à cada mordida cortante sobre o vínculo com o sequestrador de sua identidade, de seu direito de viver a sua vida, sua história, sua felicidade e de realizar o seu potencial, sua missão.
Você recebeu uma missão. "Vá e realize-a", diziam seus sonhos.
Mas, libertar-se não foi fácil...
A gaiola era invisível, difícil de ser enxergada. Era construída sobre sutis mensagens onde lhe impingiam sentimentos de culpa, acusações de abandono, manipulações e distorções - tanto na sua rede familiar como na de seus amigos/as. Onde fantasmas eram incutidos em sua mente numa cruel tentativa de impedir que você curtisse a vida.
E foram tantas as situações em que, a cada tentativa de viver sua vida, a inveja vinda do seu algoz espalhava vãs incitações contra a sua imagem social...
Tantas as situações em que agressões contra a sua pessoa foram com imensa tristeza toleradas em nome de não perder o mínimo de atenção e, principalmente, alimentar a infundada esperança de um dia, quem sabe, receber um pouco mais dos raros momentos de amor...
E tudo em silêncio, pois, medusas não gostam de ser confrontadas e costumam reagir mal quando lhes contrariam ou lhes apontam o dedo e, então, sua resposta costuma ser a de aumentar o cerco à vítima rebelde a cada tentativa de libertação por parte desta. E a ferocidade da medusa vai se revelando conforme sua presa cresce e se mostra capaz de escapar do vampirismo psicológico, emocional, capaz de escapar da gaiola invisível.
Somente crianças pequenas e indefesas aceitam estar à disposição do outro sem que haja uma troca saudável e equilibrada. Adultos não aceitam isto, a menos que estejam na gaiola de cristal, invisível aos olhos, mas, sentida ao menor movimento em direção à saída.
Mas, você agora está livre! Entretanto, a gaiola ainda está muito próxima e a tentação de escorregar de volta ainda é grande.
Os pensamentos sombrios de que o perigo esteja fora da gaiola ainda rondam sua mente...Os fantasmas invadem seus sonhos, como que desejando a sua libertação por meio das tomadas de consciência.
Sim, "...a verdade vos libertará..." (João 8:32)
E a descoberta da sua libertação produzirá ira no sequestrador de sua alma. Conte com isto.
Quem quer se libertar precisa saber que enfrentará a raiva aberta ou encoberta do outro. Frequentemente enfrentará também, manobras bem perversas com vista à reverter a situação: chantagens emocionais, dissimulações, ameaças, etc. numa tentativa de trazer a presa de volta ao campo de controle de seu/sua ex-dominador .
Neste ponto, você ainda teme retaliações, chiliques e cenas teatrais onde o opressor se fará de vítima para seduzir você de volta ao cativeiro.
Fique atento/a e não se deixe enganar, pois, foi exatamente assim que os anos de prisão indevida se passaram: você esperando que um dia a chave lhe seria entregue de boa vontade pelo opressor, e então, vocês em grande harmonia, seriam felizes para sempre.
Não se iluda: pessoas infantis, invejosas e perversas não mudam facilmente. A mente delas não as permite.
Mantenha o foco: viver sua vida é o que você quer, precisa e merece. Mas,viver fora da gaiola de cristal!
E isto é algo novo e é preciso aprender a lidar e sobreviver em estado de liberdade.
Buscar o seu alimento fora da gaiola de cristal, daqui para frente, será a sua nova tarefa.
Foi como um difícil parto e depois das dores e contrações intensas, a criança nasceu, está viva e bem! A mãe também saberá se recuperar. Desfeita a simbiose mãe-bebê, começa uma nova etapa para ambas.
A liberdade é prazerosa, mas, também ameaçadora: vem junto com o medo do desconhecido e também com a esperança de ser mais feliz...
E lembre sempre: não entre em pânico, pois, Deus jamais abandona seus filhos/as...Deus é pai e pai atento, estando sendo a proteger seus filhos/as amados/as...
A libertação é obra do Criativo em seu trabalho universal de fazer crescer a identidade de cada um.
Indo sempre do caos e da indiferenciação ao cosmos e a individuação.
Alguém disse: crescer dói, mas, depois que cresce é bom!
E você escolheu crescer!
É a lei da vida: " quem não se diferencia, adoece."
Então, "...você escolheu saúde, e foi uma escolha consciente".
Amém...
E de repente, você descobre que estava preso/a na gaiola de cristal...
E descobre isto porque já se libertou, já não sente as opressoras e invisíveis paredes limitando sua movimentação e seu direito de ir e vir conforme-lhe apeteça, conforme-lhe seja necessário.
Uma gaiola invisível aos olhos, mas, perfeitamente sentida toda
vez que, ao tentar alçar seu voo de liberdade, sentia a aspereza dureza de suas hastes invisíveis tocando seus braços e suas nas pernas; no corpo, a aspereza do não saia dito entre linhas.
Sim, você estava preso/a e não sabia, não percebia, não tinha consciência disto!
Anos e anos, cativo/a e no controle de quem te aprisionou.
Ali, disponível para o outro, recebendo sobras e migalhas, porém,
dando de si o seu melhor alimento: sua própria energia
vital, seu tempo, suas prioridades.
Prender o outro é sádico, é cruel, é tolher seu desenvolvimento.
Nascemos e precisamos de liberdade para nos desenvolvermos e
desabrocharmos.
Mas... sabemos que o abusado se torna um abusador em potencial e o aprisionado se torna um aprisionador em potencial.
E nestes casos, uma vítima será procurada para perpetuar e inocular sua dor no inocente alheio.
Entretanto, o impulso de vida e sanidade faz com que sequestrados na alma, embora prisioneiros/as, jamais cessem de buscar seu direito de alforria.
A experiência de ser livre será sempre um desejo de tudo que é vivo...
No processo de libertação, prisioneiros/as da alma se desvencilham das garras vorazes e predadoras do outro, se desemaranharam da culpa de serem mais felizes do que seus sequestradores; o que, em geral, é o que os mantinha cativos: a culpa de ser mais feliz do que o outro.
Porém, no ato de libertação esta culpa já não produz a ação inibidora e paralisante de antes.
Você se libertou! E assim, a gaiola, o conhecido e a torre da Rapunzel vão ficando para trás num passado que assusta, aterroriza e apavora pela ameaça que ficar retido/a na gaiola de cristal representa à sua sobrevivência e ao seu desenvolvimento.
Saber dizer que NÃO ao que não te pertence fez e sempre fará parte do processo e da manutenção de sua liberdade.
Foi preciso coragem: a coragem de ser. De saber dizer SIM às suas necessidades. De acionar o instinto de vida, o imperativo de sobrevivência.
Uma libertação que não lhe foi dada, mas, construída a cada conflito enfrentado interna e externamente, à cada mordida cortante sobre o vínculo com o sequestrador de sua identidade, de seu direito de viver a sua vida, sua história, sua felicidade e de realizar o seu potencial, sua missão.
Você recebeu uma missão. "Vá e realize-a", diziam seus sonhos.
Mas, libertar-se não foi fácil...
A gaiola era invisível, difícil de ser enxergada. Era construída sobre sutis mensagens onde lhe impingiam sentimentos de culpa, acusações de abandono, manipulações e distorções - tanto na sua rede familiar como na de seus amigos/as. Onde fantasmas eram incutidos em sua mente numa cruel tentativa de impedir que você curtisse a vida.
E foram tantas as situações em que, a cada tentativa de viver sua vida, a inveja vinda do seu algoz espalhava vãs incitações contra a sua imagem social...
Tantas as situações em que agressões contra a sua pessoa foram com imensa tristeza toleradas em nome de não perder o mínimo de atenção e, principalmente, alimentar a infundada esperança de um dia, quem sabe, receber um pouco mais dos raros momentos de amor...
E tudo em silêncio, pois, medusas não gostam de ser confrontadas e costumam reagir mal quando lhes contrariam ou lhes apontam o dedo e, então, sua resposta costuma ser a de aumentar o cerco à vítima rebelde a cada tentativa de libertação por parte desta. E a ferocidade da medusa vai se revelando conforme sua presa cresce e se mostra capaz de escapar do vampirismo psicológico, emocional, capaz de escapar da gaiola invisível.
Somente crianças pequenas e indefesas aceitam estar à disposição do outro sem que haja uma troca saudável e equilibrada. Adultos não aceitam isto, a menos que estejam na gaiola de cristal, invisível aos olhos, mas, sentida ao menor movimento em direção à saída.
Mas, você agora está livre! Entretanto, a gaiola ainda está muito próxima e a tentação de escorregar de volta ainda é grande.
Os pensamentos sombrios de que o perigo esteja fora da gaiola ainda rondam sua mente...Os fantasmas invadem seus sonhos, como que desejando a sua libertação por meio das tomadas de consciência.
Sim, "...a verdade vos libertará..." (João 8:32)
E a descoberta da sua libertação produzirá ira no sequestrador de sua alma. Conte com isto.
Quem quer se libertar precisa saber que enfrentará a raiva aberta ou encoberta do outro. Frequentemente enfrentará também, manobras bem perversas com vista à reverter a situação: chantagens emocionais, dissimulações, ameaças, etc. numa tentativa de trazer a presa de volta ao campo de controle de seu/sua ex-dominador .
Neste ponto, você ainda teme retaliações, chiliques e cenas teatrais onde o opressor se fará de vítima para seduzir você de volta ao cativeiro.
Fique atento/a e não se deixe enganar, pois, foi exatamente assim que os anos de prisão indevida se passaram: você esperando que um dia a chave lhe seria entregue de boa vontade pelo opressor, e então, vocês em grande harmonia, seriam felizes para sempre.
Não se iluda: pessoas infantis, invejosas e perversas não mudam facilmente. A mente delas não as permite.
Mantenha o foco: viver sua vida é o que você quer, precisa e merece. Mas,viver fora da gaiola de cristal!
E isto é algo novo e é preciso aprender a lidar e sobreviver em estado de liberdade.
Buscar o seu alimento fora da gaiola de cristal, daqui para frente, será a sua nova tarefa.
Foi como um difícil parto e depois das dores e contrações intensas, a criança nasceu, está viva e bem! A mãe também saberá se recuperar. Desfeita a simbiose mãe-bebê, começa uma nova etapa para ambas.
A liberdade é prazerosa, mas, também ameaçadora: vem junto com o medo do desconhecido e também com a esperança de ser mais feliz...
E lembre sempre: não entre em pânico, pois, Deus jamais abandona seus filhos/as...Deus é pai e pai atento, estando sendo a proteger seus filhos/as amados/as...
A libertação é obra do Criativo em seu trabalho universal de fazer crescer a identidade de cada um.
Indo sempre do caos e da indiferenciação ao cosmos e a individuação.
Alguém disse: crescer dói, mas, depois que cresce é bom!
E você escolheu crescer!
É a lei da vida: " quem não se diferencia, adoece."
Então, "...você escolheu saúde, e foi uma escolha consciente".
Amém...
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Lei nº 9.610/98 - Lei de Direitos Autorais
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Modo de citação sugerido:
Ferreira, Valéria Giglio - Blog AMAR - ESCOLA DE CASAL E FAMÍLIA
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